O primeiro tempo no estádio corintiano de Yokohama onde, como jamais se viu na história do futebol mundial, uma torcida de um time que vive a 20 mil quilômetros de distância tomou conta do espaço, e do alarido, teve um herói e um vilão alvinegro.
O vilão, por ironia, foi o herói da Libertadores.
Emerson deixou de dar um gol para Guerrero, outro para Danilo e mandou nas nuvens uma terceira chance diante do gol do Chelsea, que também teve três claras chances de gol.
Todas elas morreram em Cássio.
Na primeira ele fez um milagre em chute à queima-roupa de Cahill, na segunda defendeu bem uma bola de Fernando Torres e no terceiro fez uma defesa espetacular em finalização de Moses.
O Corinthians fez 45 minutos iniciais bastante bons e encontrou o time londrino mais respeitoso do que contra o Monterrey, sem a ousadia ofensiva da vitória contra os mexicanos.
Num jogo espelhado taticamente, os brasileiros conseguiam neutralizar o lado esquerdo do ataque inglês graças à presença de Jorge Henrique como secretário do capitão Alessandro.
Mas o técnico espanhol Rafa Benitez, que dirigia o Liverpool em 2005, deve ter ido para o vestiário perguntando o que os goleiros brasileiros têm contra ele.
O segundo tempo seguiu equilibrado, bem disputado, tenso, até que, aos 23, Paulinho deu para Jorge Henrique que pegou a bola pela direita, devolveu para Paulinho na área, ele fez que chutaria, deu para Danilo que puxou para o pé direito e chutou.
A bola, dividida, sobrou pelo alto para Guerrero cabecear para o gol.
Um gol du du du Peru, como diria Osmar Santos, o narrador que eternizou o título de 1977, 23 anos depois, aos, repita-se, 23 minutos no Japão.
Oscar entrou no lugar de Moses, diante de mais de 68 mil torcedores, certamente mais de 1/3 de corintianos.
Com extrema maturidade, ao contrário do que fez na estreia, o Corinthians administrou a vantagem sem correr riscos, absoluto.
A não ser aos 40, quando Cássio fez novo milagre nos pés de Torres, cara a cara.
Martinez, aos 41, entrou no lugar de Guerrero, e Hazard, anulado, por Tite, saiu para entrar Marin, que não se perca pelo nome.
Cahill perdeu a cabeça e foi expulso e Wallace entrou no lugar do esgotado Emerson.
Bola para o mato!
A arbitragem turca deu quatro minutos de acréscimo e Torres, impedido, cabeceou para o gol.
Havia quem dissesse que para ser campeão do mundo era preciso atravessá-lo.
Pois o Corinthians atravessou.
Para ser bicampeão mundial, como o Barcelona, e único entre os brasileiros no torneio da Fifa.
Agora são cinco títulos europeus, para quatro times, e quatro sul-americanos, todos brasileiros, para três times.
Agora, aguenta! O mundo é, de novo, preto e branco.
Vem para o Cássio você também…
Fonte: www.blogdojuca.uol.com.br
FELIZ NATAL PARA TODOS, CORINTIANOS OU NÃO!
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