O governo boliviano resolveu regularizar a situação dos veículos que circulam irregularmente. Vai sobrar para o bolso do brasileiro...
Um turista norte-americano aluga um carro no Paraguai. E resolve visitar Foz do Iguaçu, no Brasil. Ao voltar, a polícia brasileira para o turista na ponte que liga os dois países e pede documentos dele e do automóvel. E avisa que ele pode voltar para o Paraguai, mas a pé... pois o carro constava em uma relação de veículos roubados no Brasil.
O norte-americano não entendeu nada. Explicou que o carro foi alugado em uma locadora no Paraguai, mostrou o contrato de locação e alegou que, no documento expedido pelo departamento de trânsito paraguaio, constava o nome da locadora como sua proprietária. Os policiais lamentaram, disseram que entendiam o problema mas alegaram que o carro tinha sido roubado no Brasil e que não poderia cruzar a fronteira de volta.
O turista voltou – de táxi – para Assunção, procurou a locadora, a embaixada dos EUA e a do Brasil. O máximo que conseguiu foi não pagar o carro que estava sendo cobrado pela locadora.
Tudo em virtude do "blanqueo", operação que tinha sido deflagrada meses antes pelo governo paraguaio para regularizar todos os veículos que rodavam ilegalmente no país. Eles eram apelidados pelos moradores locais como "mau" ou "mau-mau". Em espanhol, "blanquear" é branquear, ou limpar a ficha, zerar o histórico do carro.
"Mau" era um automóvel que tinha "apenas" cruzado a fronteira (quase sempre a brasileira) sem pagar os impostos de importação.
"Mau-mau" era o carro roubado em outro país e que rodava irregularmente no Paraguai, sem nenhum documento.
O governo paraguaio decidiu então pelo "blanqueo", estabelecendo um prazo e cobrando uma taxa para regularizar qualquer veículo em situação irregular.
Deu no que deu: numa série de imbroglios, como os carros de locadoras que estavam certificados no Paraguai mas irregulares no Brasil.
Estamos passando por outro "blanqueo", desta vez estabelecido pelo governo boliviano, dentro dos mesmos moldes: deu prazo de 15 dias (mas que pode ser prorrogado...) para que todos os automóveis sem documentação sejam regularizados. Teoricamente, só veículos que entraram
ilegalmente no país. Mas, na prática, qualquer um será "blanqueado".
Como a maioria deles vem do Brasil (alguns do Chile), o impacto sobre o custo do seguro dos automóveis brasileiros será imediato, pois as seguradoras sabem que não haverá mais a menor possibilidade de recuperar veículos roubados levados para a Bolívia. Jornais mostraram fotos
de carros produzidos aqui e vendidos lá por uma pechincha. Todos roubados, é claro. Já pensou em pagar R$ 6 mil por um Fiat Palio 2010 pouco rodado?
Os bolivianos fizeram fila para regularizar seus "maus" e "maus-maus". A polícia brasileira correu para reforçar a fiscalização na fronteira e evitar uma corrida atrás de carros brasileiros para levá-los ao país vizinho.
E você prepare seu bolso porque a operação "blanqueo" será amortizada pelos brasileiros, ao segurar seus automóveis.
Fonte: Dzai.com.br
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